segunda-feira, 11 de maio de 2009

a gente às vezes havia de ser uma águia

refere o bill callahan no seu mais recente álbum (sometimes i wish we were an eagle) uma situação em que há demasiados pássaros numa árvore, de maneira que um último pássaro já não tem lá espaço onde poisar e acaba por ter de dormir em cima de uma pedra.

há muita gente de expressar coisas que gosta de pássaros e os usa como símbolo ou metáfora de sentires humanos, há também quem os feche numa gaiola para os ter. eu gosto deles à solta, ali a voar com a ciência que a natureza lhes deu de superar a gravidade.

se a gente fosse um pássaro era tramado andar aí a voar e não ter onde aterrar, mas por outro lado às vezes está-se bem numa pedra, mesmo que pareça desprotegida e fria, dá espaço à nossa vida de pássaro voador para pausar um bocadinho na solidão e deixar as tremuras do corpo abanar a cabeça (a ver se as penas velhas se misturam com outras novas e a gente ganha novo fôlego para levantar voo).

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