sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

figuras que uma pessoa faz

em conversa acerca de cinema, aconteceu falar-se do david lynch e eu, como de costume, nem ai nem ui. de maneira que queria deixar aqui esclarecido tudo quanto tenho a dizer sobre os filmes dele.

eu sou daquelas pessoas que gostam e muito do cinema do david lynch, se evito esse assunto é porque tenho medo de fazer as figuras que costuma fazer quem gosta e quem não gosta quando fala dele.

é este o meu ai e o meu ui ao mesmo tempo.

2 comentários:

L Filipe dos Santos disse...

Eu, antes de mais peço desculpas porque, certamente, este comentário virá a ser mais extenso que o post a que se refere. Certamente que o virá a ser. Mais extenso, quero dizer. O comentário. Este comentário. Ainda não o é, mas calculo que se de facto quiser comentar o post, ou seja, esse assunto do David Lynch e do seu cinema e do falar-se disso, já não hão-de ser muitos os caracteres que faltam para que a largueza deste comentário supere a do post. Na volta até já passou. Ou não. Mas espero que sim, que eu não gosto de pedir desculpas infundadas.
Ao que interessa - David Lynch:
Vi vários filmes do David Lynch. Vi o Eraserhead, o Homem Elefante e o Dune (meteria esses no saco dos velhinhos); vi o Lost Highway, vi o Straight Story, vi o Mulholland Drive (saco dos novos). Faltar-me-ia ver Wild At Heart, Blue Velvet, Twin Peaks e (entre outros de menos significância) todos os posteriores ao Mulholland Drive para ter autoridade suficiente a opinar. Mas ainda assim opino. Opino que não sei. De todos os que vi gostei e não de os ver a todos. Alguns desses filmes gostei de os ver mas não gostei deles, outros gostei deles mas não gostei de os ver; o Dune nao gostei dele nem de o ver e o Straight Story gostei dele e de o ver também. De modo que analisando bem o David Lynch tem já uma obra para todos os meus gostos. Nunca vi Twin Peaks, nem Blue Velvet, que parece serem orgãos vitais no organismo lyncheano. Vi umas curtas metragens horríveis/experimentais que ele fez faz muitas eternidades. -Numa exposição do Alfons Mucha também pude ver uns esboços ranhosos, devidamente emoldurados e protegidos com alta segurança, que certamente ele teria destruído se soubesse que viriam a ser expostos posteriormente à sua morte, adquirindo valor como se fosse algo significante. De modo que prefiro fazer de conta que nunca vi essas curtas do David Lynch. Vi-o também numa ocasião a dizer (a resmungar) que jamais se pode obter dum ecrãn de telemóvel a fabulosa experiência que se obtém dum ecrãn de cinema. Eu a respeito disso não só concordo como acrescento que certamente se poderão obter fabulosas experiências completamente novas a partir dum ecrãn de telemóvel. Mas resumindo, eu e o cinema de David
Lynch é: gosto e não gosto, depende do cinema e do meu gosto.
Antes de concluir, gostaria ainda de dizer que sempre admirei o cabelo de David Lynch e as coisas formidáveis que ele consegue fazer com ele!

24 de Janeiro de 2009 1:52
Eliminar

w disse...

em relação ao cinema do david lynch já não posso dizer mais nada (se pudesse concordava com algumas coisas que disseste e discordava de outras). mas em relação ao cabelo do david lynch é outra conversa. acontece que não tenho nada a acrescentar sobre isso, portanto falo de um filme que o david lynch nunca fez (e que, como não existe, posso falar dele) e que tinha como projecto fazer há muitos anos, uma adaptação d'a metamorfose do kafka (que, seguindo uma tradução rigorosa, parece que afinal deverá chamar-se a transformação). dizia ele que não havia tecnologia nos princípios dos anos noventa para fazer a coisa, quem sabe ainda a vem a fazer e aí não poderei mais falar sobre isso. enquanto não a faz, quanto a mim era giro que a fizesse. é esperar, que a gente também não tem muito para onde ir.